O interior do corpo humano é cheio de estruturas complexas e sensíveis. O cérebro, gestor dos pensamentos, sentimentos, ações e manutenção da vida, é tão importante que fica protegido dentro da estrutura óssea craniana. Uma vez que essa estrutura tenha sua integridade comprometida, o cérebro pode ser lesionado e o resultado são traumas que levam a sequelas graves (como limitações e incapacitação) ou morte.
É o que chamamos de Traumatismo Cranioencefálico (TCE), causado por força física externa muito forte, como batidas, quedas, violência, disparos por armas de fogo e também movimentos bruscos que chacoalham o cérebro dentro do crânio. Como desdobramento, o revestimento interno, tecidos e vasos sanguíneos podem se romper, inchar, infeccionar e sangrar.
Não são raros os casos de (TCE) no mundo. Entre todos os tipos de traumas que o corpo pode sofrer, este é o que mais mata e deixa incapacitados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) os números anuais giram em torno de 6 milhões de óbitos.
Como identificar um tipo de TCE:
Quando acontece um traumatismo, os médicos vão investigar algumas informações para norteá-los na eleição do procedimento e tratamentos, como:
Saber se atingiu uma ou mais áreas da cabeça: local ou difusa;
Determinar qual é a gravidade, que pode variar de uma leve concussão a danos graves que levam ao coma ou à morte;
Determinar se causou danos ao crânio com penetração para o cérebro ou se resulta apenas de chacoalhamento do cérebro, sem ferir o crânio: aberta ou fechada.
Observar se o dano é primário: quando o trauma é completo no momento do impacto; ou secundário, quando as estruturas atingidas vão passar por estágios diferentes até completarem a lesão ao tecido cerebral.
Conheça as consequências de um TCE:
Devido ao fato de o cérebro estar ligado a todas as áreas do corpo, é comum que haja reflexos nos membros relacionados à parte afetada. Os casos mais leves são resolvidos sozinhos em algumas semanas ou meses. Já os casos mais graves resultam em sequelas para toda a vida. Entre elas:
Deficiência cognitiva – problemas para raciocinar, reter atenção e concentração, desenvolver raciocínio profundo;
Dificuldades motoras – paralisia de membros, rigidez muscular, alteração de equilíbrio, falta de reação, movimentos involuntários (espasmos);
Alterações sensoriais – mudanças auditivas, visuais, olfativas, de tato e sabor, percepções dolorosas aumentadas ou inexistentes, dormência;
Dificuldades na comunicação – devido a algum prejuízo na formação de pensamentos e expressão de ideias, problemas para formar a linguagem;
Problemas psiquiátricos – transtornos de comportamento, ansiedade, depressão, mudança de personalidade, irritabilidade;
Prejuízos ao convívio social – problemas para interagir com os outros, fazer novos amigos ou mesmo entender a dinâmica das relações;
E ainda a ocorrência de Epilepsia e convulsões.
Como é o tratamento de TCE?
Os tratamentos para pessoas com TCE são multidisciplinares, a depender de como o paciente foi afetado. Pode envolver, além do neurocirurgião: neurologista, terapeuta, dentista, ortopedista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, assistente social, entre outros.
A vida de uma pessoa traumatizada pode mudar drasticamente. Mas com o acompanhamento da equipe médica e o apoio da família, a luta pode ser um pouco mais leve.
A melhor forma de tratar o TCE é evitá-lo. Por isso, cuide-se bem.