O schwannoma vestibular, mais conhecido como Neurinoma do Acústico é um tumor benigno, originárias das células de schwann ( capa dos nervos) secundário a alteração genética. Quando localizado bilateralmente é chamado Neurofibroma e associado a uma enfermidade genética familiar denominada Neurofibromatose tipo 2.
Os sintomas mais comuns são perda progressiva da audição, zumbido e tonturas. Devido a proximidade e íntima relação com o nervo trigêmeo e nervo facial, alguns pacientes podem apresentar formigamento na face ou paralisia facial ( fraqueza motora). Não existe uma relação direta entre a sintomatologia e o tamanho do tumor, isto é podem existir tumores grandes com pouca sintomatologia assim como tumores pequenos com muitos sintomas.
O tratamento do neurinoma do acústico depende do tamanho, da sintomatologia, do estado clínico geral do paciente.
Não infrequente, em exames otológicos de rotina, são encontrados pequenas lesões 2- 3 mm, assintomáticos , nesta situação o tratamento consiste em observar a evolução , visto que muitos deles apresentam um crescimento extremamente lento, não levando nunca a necessidade de tratamento. Em pacientes com idade mais avançada ou doenças associadas, o tratamento conservador pode ser a opção em lesões com pouco sintomas e localizados dentro do canal auditivo.
O tratamento cirúrgico é indicado para pacientes com tumores sintomáticos, independentes do tamanho, em que a preservação da função auditiva é um dos objetivos, mas principalmente a preservação da função dos outros nervos dessa região, como o nervo facial. O resultado cirúrgico está diretamente relacionado ao tamanho do tumor. Quanto menor for a lesão maior a possibilidade da cirurgia ser exitosa com remoção completa da lesão e preservação das funções. O tratamento cirúrgico é a única terapia curativa para o Schwannoma Vestibular.
Tratamento radioterápico / Rádio Cirúrgico tem sido advogado nos últimos anos como opção terapêutica eficaz para os SV. Diferente do que ocorre com os Meningiomas, nos SV a radiocirurgia leva a uma diminuição da lesão, mas não ao seu desaparecimento, portanto, sempre existe um potencial de crescimento e a necessidade de tratamento. Convém salientar que cirurgia após Radiocirurgia é mais arriscada e com menor possibilidade de êxito e com maiores possibilidades de lesão neurológica.
Apesar de ser raro, o aparecimento de tumores malignos após tratamento s tem sido demonstrado na literatura. Portanto, indicamos tratamento neurocirúrgico, somente naqueles casos em que o paciente não apresenta condiçøes clinicas de ser submetido a tratamento curativo que é a remoção cirúrgica do tumor.
Das complicações relacionadas a tratamento dos SV, a mais temida é a paralisia facial, a qual ocorre de forma definitiva em torno de 5%, estando diretamente relacionada com o tamanho da lesão, quanto maior for o tumor maior o risco. Disfunção temporária pode ocorrer, no entanto a grande maioria, cerca de 90%, recuperam totalmente a função com tratamento fisioterápico intensivo pós-operatório. A experiência do Neurocirurgião no tratamento destas lesões é fundamental para o êxito da cirurgia.